01/04/2016

Ensino Médio

Desenvolvimento de sistemas autossustentáveis

Desenvolvimento de sistemas autossustentáveis

Participei da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – a FEBRACE –, a maior feira brasileira pré-universitária nesse segmento. Ganhei medalha de 3ª colocação (bronze) entre os quase 80 trabalhos apresentados na área de Engenharias pelo projeto Desenvolvimento de sistemas autossustentáveis para descontaminação e dessalinização de recursos hídricos. Meu trabalho foi desenvolvido junto com meu amigo Gabriel Bertho, também da 3ª série do EM, e sob orientação e coorientação de dois doutores, um da USP e outro da UFSCAR. Recebemos também o Certificado da Ricoh Sustainable Development Award 2016, pela inovação em sustentabilidade.

 

Contando ‘uma casquinha’ do nosso projeto:

Iniciamos esse projeto por nos preocuparmos em tornar os processos de descontaminação de águas mais simples, econômicos e autossustentáveis que os métodos atualmente usados. Isso para que pudessem ser acessíveis a população em geral, principalmente para comunidades sem saneamento básico, podendo ser usados também em rios, lagos ou represas poluídas. Atentamo-nos ainda em fazer da água imprópria para o consumo uma nova fonte de reuso para as pessoas.

Para isso, usamos como principal substrato as fibras do coco verde, pois estas já eram usadas para tratar a água, até mesmo como carvão ativado. Mas também, por uma descoberta experimental, vimos que as fibras de coco e bactérias específicas encontradas naturalmente em certos alimentos podiam trabalhar juntas, formando um biofilme dessalinizador. Isso foi uma inovação no meio acadêmico, já que não encontramos na literatura método semelhante ao que criamos, que pode recuperá-lo por meio de outros processos, além de retirar boa parte do cloreto de sódio da água.

Depois de muita pesquisa e muitos testes de tentativa e erro, chegamos a resultados de alta eficiência para os dois sistemas criados, atendendo aos nossos objetivos. Porém, acredito que o que nos levou a uma boa colocação na Feira não foram tão somente os resultados, mas também todo o esforço em colocar os nossos ideais inovadores em prática, apesar dos riscos de não darem certo ou de não haver tempo suficiente. Essa é uma oportunidade de aprendizado único, tanto para quem quer seguir a área científica, quanto para abrir portas e explorar novos caminhos. O conhecimento é a única forma de emancipação social, que somente é obtido através de desafios constantes. Persistir não é um caminho. É o único.

 

Falando um pouco sobre a FEBRACE:

A FEBRACE ocorre anualmente no campus da Poli-USP (cidade universitária) em São Paulo, e reúne diversas categorias de produção científica. São elas: Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Saúde e Exatas e da Terra, Agrárias e Biológicas, além das próprias Engenharias (Mecânica, Elétrica, Sanitária, etc.). O nosso foi um dos 340 projetos finalistas selecionados entre os mais de 2,2 mil que se inscreveram no ano passado.

São oferecidos pela Feira em torno de 200 prêmios, desde certificados a participações em outras feiras pelo Brasil e mundo afora. Podem participar dela estudantes desde o 8º ano do Ensino Fundamental aos do Ensino Médio e Técnico, mas é preciso ter um orientador.

A submissão para novos projetos geralmente se inicia em maio e se encerra em outubro, e os projetos finalistas são conhecidos em dezembro.

 

Thiago Vicino Fernandes, aluno do 3º ano A do Ensino Médio do Colégio La Salle São Carlos

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