06/11/2013

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Enem 2013: disciplinas que fazem a diferença

Enem 2013: disciplinas que fazem a diferença

Nos dias 26 e 27 de outubro, foi realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com 180 questões divididas entre os dois dias e uma redação no segundo dia. Para a surpresa de muitos, nove questões da prova de sábado foram sobre Sociologia e Filosofia – disciplinas que são ensinadas ao longo dos três anos do Ensino Médio para os alunos do La Salle Abel. A seguir, o coordenador do EM, Wendel Freire, fala sobre a importância destas disciplinas não só como componentes curriculares, mas também como elementos de formação cidadã.

Qual é a importância do ensino de Filosofia e Sociologia?
Filosofia e Sociologia estimulam o senso crítico e aumentam a capacidade argumentativa. Imbricadas com os outros componentes das Ciências Humanas, trabalham para que os alunos desenvolvam as habilidades e competências elencadas pelo MEC. Formam, juntas, cidadãos mais éticos, mais cientes dos problemas da sociedade e mais preparados para pensar o mundo.

Nossos alunos estão mais preparados para as provas de vestibular por estudarem estas disciplinas ao longo dos três anos do Ensino Médio?
Sem dúvida. Entendemos que nossos alunos devem ter uma base sólida nas quatro áreas do conhecimento. E, levando em consideração que Filosofia e Sociologia somaram 10% das questões do primeiro dia do ENEM, nossos alunos tiveram um forte diferencial frente àqueles que estudam em instituições que deixaram essas disciplinas de lado. Os conceitos trabalhados nessas disciplinas exigem um percurso mínimo e um amadurecimento que não acontece apenas com indicações de leitura, com um ensino remoto ou com um trabalho que dure apenas um ano. Favorecemos a reflexão e o debate para que nossos alunos compreendam a vida e a realidade complexa que os cerca, fazendo sempre a tão necessária conexão entre os conceitos, os fatos e acontecimentos contemporâneos.

De que maneira essas disciplinas são ensinadas? Os professores tentam ligar a teoria ao que acontece em nosso cotidiano?
Constantemente, o cotidiano é o ponto de partida para a exposição teórica. É problematizando as questões naturalizadas e cotidianas que os professores de Sociologia e Filosofia levam os alunos a compreender os conceitos. As tecnologias educacionais estão presentes nas disciplinas, como em todas as outras, mas o principal instrumental pedagógico dessas disciplinas são os conceitos, que funcionam como ferramentas para a compreensão tanto dos processos históricos quanto das transformações em curso em nossa sociedade. Aí, os diálogos entre teorias e práticas e entre docentes e discentes funcionam como principal metodologia.

Acredita que é um ensino que vai além dos componentes curriculares obrigatórios e que ajuda na formação de uma consciência política?
Certamente, acredito. Nossos alunos, em junho, durante a Copa das Confederações, não assistiram aos jogos, foram clamar pacificamente por uma sociedade menos desigual. Foi o clamor de uma juventude que estava munida de reflexões políticas, ciente do seu dever cidadão. Muito mais do que palavras de ordem ou frases feitas, os jovens carregavam ideias sobre cidadania, democracia e política. Vamos, certamente, além dos componentes curriculares; vamos em busca de formar futuros médicos, engenheiros, físicos, entre outros, com um forte sentimento de alteridade e desejo de transformação do mundo em um lugar melhor.
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