14/09/2018

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Tempo de folclore

Tempo de folclore

“Pererê, Pererê, cadê você, Pererê?” (“Pererê” – Tempo de brincar). Quem sabe não está com o curupira? “De trás pra frente, de frente pra trás / Vem com a gente que ele é demais” (“Curupira: De trás pra frente” – Turma do Folclore). Se o paradeiro do saci é mistério, também há um vindo das águas: “Ele vive na Amazônia / Nas águas do Rio Negro / Boto rosa, quem não sonha / descobrir o teu segredo” (“O boto rosa” – Xuxa). Nesta viagem, Iara é companhia certa, já que “ela nadava com os golfinhos / Com as baleias e com os peixinhos / Cantarolava todos os dias / Uma melodia sem parar” (“Linda sereia” – Xuxa). Esses são trechos das músicas cantadas (e dançadas) pelas turmas da Escola La Salle RJ no dia 23 de agosto. Após um mês com atividades voltadas à temática do folclore, as crianças puderam apresentar no Auditório La Salle o que aprenderam sobre saci, curupira, boto cor-de-rosa, Iara.

 

A festa começou com a sereia que vive no Rio Amazonas, a partir de teatro do Pré II. Os veteranos da escola executaram peça ensaiada nas semanas anteriores, antes de dançarem “Linda Sereia”, da Xuxa. À frente da preparação, a professora Adriana Gaspar conta que se surpreendeu com o engajamento da turma no projeto. “Eles gostam de dramatizar a história e criam este imaginário, se sentem dentro dela. O envolvimento deles foi tamanho que veio de uma das alunas a ideia de todas se vestirem de sereia para a coreografia. O carinho com que fizeram deu para ver já durante os ensaios. Eles aprenderam a música em dois dias, cantavam ao acordar, na hora do lanche. Essa é a realização de um mês inteiro de trabalho”, avalia.

No papel principal, Enny Lethicia Guimarães “se sentiu realmente a linda sereia”, nas palavras da professora. Imbuída da história de que Iara era uma índia valente, disposta a ajudar a sua aldeia, antes de virar sereia, a aluna “cantava, mexia os cabelos. Quando colocou a cauda materializou de vez a personagem. Fazia questão de nos mostrar que já sabia a fala inteira”. A alegria vinha mesmo de quem não era protagonista, como Ana Clara Gonçalves. A mãe Joana, vendo a animação da menina com a peça do folclore, a questionou sobre quem a filha seria. O diálogo, contado para Adriana Gaspar, foi reproduzido pela professora: “Ana Clara respondeu que seria o passarinho. A mãe inquiriu: ‘O passarinho?’, ao que ela respondeu: ‘É, mãe, eu não tenho fala, só tenho que bater as asas. Mas todo mundo que ter oportunidade”.

 

 

Cada turma trabalhou com diversas lendas, mas deu atenção a uma delas em especial. No caso da Creche III A, a escolha foi pelo curupira. “Partimos das cores, o verde e o vermelho, para incentivar a pintura livre. Com a leitura da história do defensor da floresta, pudemos falar da proteção do meio ambiente, do cuidado com os animais”, explica a professora Gislaine Rodrigues. Na Creche III B, o conteúdo veio em redemoinho, junto com o Saci Pererê. “Falamos da consciência negra e abordamos a deficiência física. Fizemos atividades com as formas geométricas para construir o personagem, musicalização, e ainda tratamos do vento, como eles o sentem”, resume Fernanda Golvêa, uma das responsáveis pela turminha. Já no Pré I, teve moço galanteador trajado de branco, como lembra a professora Andréa Fonseca: “Eles assistiram a documentário sobre preservação do boto cor-de-rosa. Estimulou a curiosidade. Perguntaram se ele existia mesmo e esclarecemos que o animal em si existe, é como um primo do golfinho. A partir do tema, trabalhamos a questão do cuidado com a natureza, com o outro, com aquilo que não é só seu. Gerou resultado, no parquinho um vigiava o outro para não derrubar as plantinhas”.

Para além da apresentação no dia 23, portanto, não faltou atividades pedagógicas dentro e fora da sala de aula.

Dramatizações na Ludoteca

Por que apenas receber a literatura se eles podem ser também escritores? Apesar de ainda não saberem, o principal ingrediente para começarem, a imaginação, eles têm de sobra. Com base nas lendas folclóricas trabalhadas em agosto, os alunos do Pré I se caracterizaram e criaram a sua própria história. A partir do material, as professoras confeccionaram um livro relatando as falas e desenhos dos alunos, que será apresentado na Mostra Literária de outubro.

 

 

A interpretação prosseguiu com os aluninhos da Creche III A. As crianças viveram por meio da encenação a história da linda rosa juvenil, adormecida pela bruxa má, mas despertada por um belo rei. Os papeis principais foram assumidos por Manuela Peçanha (rosa), Maria Julia Santos (bruxa) e Davi Rueb (rei). Veja nas fotos.

 

 

Por Luiza Gould

Ascom Unilasalle-RJ

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