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O último mês do ano, impreterivelmente, lembra o final do ano. Tempo de revisão e de pre-disposição para pensar o próximo ano. O calendário cristão nos apresenta o Natal, presença de Deus entre os homens. A manifestação de Deus na história humana faz a humanidade refletir sobre seu significado como pessoa humana. Na experiência cristã, Deus se faz pessoa humana, homem como nós, exceto no pecado, nos diz São Paulo. Este evento nos leva a pensar no próprio significado da vida humana. Ela é tão significativa que Deus se faz pessoa humana. Neste sentido, o que isto pode significar para a humanidade?

Além dos valores próprios da mensagem cristã, o Natal acrescenta à humanidade alguns compromissos para a melhoria da dignidade humana e o bem-estar social e espiritual de todos. O compromisso com a verdade que se baseia na observação e evidência da vida à luz da experiência espiritual de Jesus. Ele mesmo afirma, “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). A ciência humana capacitou o homem a fundamentar a verdade na observação e na pesquisa sobre a natureza, bem como a encontrar em Deus o fim último da natureza e de sua vida. Ela se apresenta como um esforço, como diz Tomás de Aquino, em encontrar a Deus como origem e final de toda natureza. 

Outro valor que se aprende da experiência do Natal e deve se estender à toda a humanidade é o da compaixão e misericórdia. Deus se fez criança, simplicidade e assume todo o processo de ser pessoa humana. Sentiu-se pessoal, teve compaixão e misericórdia da humanidade. Compaixão que significa ter profunda apreciação pela condição de sofrimento humano. Ele também assume o sofrimento humano como forma de dignifica-lo e torna-lo fonte de salvação. Entendemos melhor o mistério de Cristo à luz de seu amor misericordioso pela humanidade. Misericórdia como forma de colocar-se na pessoa do outro, sentir como ela e acolhê-la em sua integridade.  

Outro compromisso que Cristo desperta é o da igualdade da dignidade humana. Na assunção da dimensão humana, pelo filho de Deus, ele se torna igual ao ser humano, em todas as dimensões, exceto no pecado. Assume totalmente a condição de ser pessoa, no processo de nascimento e desen-volvimento físico, psíquico e espiritual. Na dimensão física se insere no tempo e no espaço, inclusive no sofrimento humano; na dimensão psíquica “cresce em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens (Lc 2,52); na dimensão espiritual nos apresenta como é Deus Pai e como fazer sua vontade.

Também nos desperta para assumir nossa liberdade, como se refere, de filhos de Deus. Isto é, de sermos livres para assumir a vida que nos é concedida à luz da experiência de Jesus Cristo, que aceita ser pessoa humana, como realização da presença de Deus entre nós, para nos ensinar como buscar esta realização humana à luz da vontade de Deus. 

A experiência cristã do Natal nos interpela para a reassunção destes valores e compromissos.

 

Lucas do Rio Verde, dezembro de 2018.
Prof. Dr. Nelso Antonio Bordignon, fsc
Diretor Geral - Faculdade La Salle 
 

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