Segundo dados revelados, somente 4% dos alunos do 3º ano do ensino médio das escolas públicas sabem o que deveriam saber em Matemática. Em Língua Portuguesa os índices são piores ainda: somente 1,7% estão em nível adequado.

Dentre as causas apontadas pelo Ministro destacam-se o fato da aprendizagem realizada nas salas de aula estar muito distante do nível mínimo esperado; o investimento por aluno ainda é baixo comparado a outros países; as verbas destinadas à Educação precisam ser geridas de maneira mais eficiente, pois há necessidade de trabalhar cada vez mais em cima de evidências científicas e parar de querer agir na base da adivinhação (além de perda de tempo também é perda de dinheiro); além disso, o Brasil é um país que adota um modelo inflexível, engessado e igual para todos (este modelo, segundo o ministro, só serve a um tipo de aluno. Se serve somente a um tipo de aluno, é excludente).

O que mais assusta quando refletimos sobre estes dados é o quadro desolador que se desenha: com a globalização, quais as chances reais de nossos filhos concorrerem a um emprego ou vaga em alguma universidade com alunos de outros países? Alunos de outros países saem da escola sabendo falar duas ou três línguas fluentemente enquanto nossos alunos não sabem nem 2% da própria língua! 

Continuaremos sendo o país que importa tecnologia e exporta cereais? Um país que não desenvolve pesquisadores e não investe na pesquisa será sempre o país que exporta produtos baratos e importa produtos caros.

É necessário que comecemos a pensar: a quem interessa que sejamos um povo inculto? É este país que queremos para nossos filhos e netos?

Andréia Gerhart

Diretora Acadêmica Faculdade La Salle Estrela