12/03/2014

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Rede La Salle abre a Campanha da Fraternidade 2014

Rede La Salle abre a Campanha da Fraternidade 2014

A Campanha da Fraternidade 2014 foi aberta na noite do dia 11 de março no auditório do 8º andar do Unilasalle-RJ. Com o tema “Fraternidade e Tráfico de Pessoas”, a campanha pretende identificar as causas e modalidades deste tipo de tráfico e os rostos que sofrem com essa exploração bem como denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano. O evento foi aberto pelo professore Maurício Nogueira e contou com palestras de Adonia Prado, Heloísa Gama e Ebenézer Oliveira. A mediação da mesa foi feita pelo professor Leonardo Borba, coordenador da Pastoral do La Salle Abel. 
Coordenador do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Rio de Janeiro, Ebenézer Oliveira contou um pouco sobre a história da atividade ilegal e apresentou os tipos de exploração e dados alarmantes sobre o tema.
“Há tráfico para o trabalho escravo, para a exploração sexual, casamento forçado, adoção ilegal, mendicância, remoção de órgãos e meninos-soldado. As estimativas apontam que atualmente há 20 e 30 milhões de pessoas submetidas ao trabalho forçado em todo o mundo. Apesar dos números, o Brasil vem criando várias políticas públicas nos últimos 10 anos”, salientou.
Formada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro, Heloísa Gama falou sobre a pesquisa que fez para a sua monografia, apresentada em 2011. Ela afirmou que o tráfico de pessoas é um crime muito bem organizado e difícil de ser combatido porque está enraizado em diversas esferas.
“É um negócio altamente lucrativo. Os rendimentos ultrapassam U$$ 30 bilhões de dólares. Hoje em dia, é possível comprar um escravo por R$ 150 no Nordeste e por U$$ 80 no Haiti, isso com custo de transporte incluído”, frisou.
Última palestrante da noite, a coordenadora do Grupo de Pesquisa de Trabalho Escravo Contemporâneo Adonia Prado voltou sua apresentação para dados sobre o Brasil. Ela acrescentou que até mesmo serviços como telefonia e telemarketing submetem seus empregados a condições análogas à escravidão.
“Em 2013, foram resgatados 866 trabalhadores da construção civil em condições análogas à escravidão. Observamos novos serviços utilizando esta mão-de-obra que antes era muito mais utilizada em atividades como o extrativismo vegetal. São Paulo e Minas Gerais foram os campeões em trabalho escravo em 2012 e 2013”, destacou.
O evento foi encerrado pelo Ir. Ignácio Weschenfelder, reitor do Unilasalle e vice-diretor do Colégio La Salle Abel, que lembrou os Irmãos lassalistas que foram impedidos de exercer sua atividade após a Romênia ser invadida pela União Soviética e foram enviados para campos de trabalho forçado. 
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